quinta-feira, 31 de julho de 2008

A Estrela


No meio de palavras perdidas, de frases, de sonhos, há uma estrela que é nossa. E nessa estrela estamos nós. Talvez nunca a encontremos. Talvez só tenhamos de olhar com um bocadinho mais de atenção. Talvez a confundamos com uma outra estrela, com milhares de outras estrelas, e passamos a vida a olhar para o céu sem nunca encontrar a certa.
Ou talvez não. E a maioria das pessoas, na ânsia de encontrar a sua estrela, a desenhe brilhante e perfeita no seu céu de papel e passado algum tempo acredite que é a sua estrela real, que tudo está encontrado. Mas com a chuva, o vento, o tempo... um dia a estrela rasga.
E aí, com a memória perdida de que fomos nós que a desenhámos, não procuramos mais a estrela verdadeira, porque passamos a acreditar que ela não existe.
Eu acredito. Vejo estrelas cadentes a passar, nenhuma fixa no meu céu. Mas são estrelas reais. Ou então sou eu a estrela cadente. Ainda assim acredito que, a cair de céu em céu, a deixar um rastro de luz em cada um deles, a estrela existe. Ou não.